quarta-feira, novembro 29, 2006

Cristo segundo a tolice

Nesta madrugada o SBT reprisou ‘Laranja Mecânica’, clássico do Stanley Kubrick.
Iria passar às 02h30; não sei se foi exibido nesse horário, mesmo, pois acabei não assistindo.
Preferi acabar de ler um livro, que vinha lendo nesta última semana, ou duas, não sei.
Não sei se fiz a melhor escolha.
Eu nunca havia lido nada do Saramago.
Na verdade, conhecia apenas um conto dele, chamado ‘A ilha perdida’, se não me falha a memória ( e não vou procurar o livrinho em meio às caixas de livros que ainda estão aqui ao meu lado, no chão, à espera de estantes desde a mudança, que já foi há um ano ).
O livro que eu estava lendo, e que acabei nessa madrugada enquanto passava a reprise do Kubrick, é ‘O Evangelho Segundo Jesus Cristo’, que um amigo me emprestou.
Confesso que estava gostando, no começo. O Saramago evidentemente tem um grande talento literário, sabe como conduzir uma história, tem lá suas sacadas de estilo, com os fluxos de consciência que se misturam com diálogos sem parágrafos e travessões, faz com que as cenas transcorram com uma fluidez bem interessante e tem um certo charme na escrita.
Mas, sinceramente? E só.
Até que a idéia de humanizar, por assim dizer, a figura de Jesus Cristo é bastante interessante, ainda que não muito original.
O fato de ele devotar uns 80 % do livro para a vida pré-revelação do Cristo é interessante e poderia ter dado frutos mais suculentos do que as previsíveis especulações sobre o relacionamento de Jesus com Maria Madalena e as aparições mais alentadas dos personagens familiares de Jesus, como seus irmãos.
Mas a sensação que fica é que Saramago procura simplesmente aquele efeito boboca de choque, de atrevimento, de transgressão sem conseqüências.
Apresentar Jesus como aprendiz de pastor do rebanho do demônio, de fazer do pior-de-todos o anjo da anunciação, de equiparar as vontades de deus e do tinhoso como co-autoras e beneficiárias da pregação e da igreja, enfim, usar artifícios como alterar a frase final do Cristo na cruz para ‘Homens, perdoe-o, pois Ele não sabe o que faz’, tudo isso soa muito fraco e gratuito, muito ralo.
Aquelas duas ou três páginas que enumeram os mártires da igreja com seus respectivos calvários, então.
A que vem isso?
Não sou católico e nem sigo nenhuma outra religião, mas não sei se esse tipo de obra desperta algo mais que o riso e o enfado em um crente.
Sei lá, talvez Saramago poderia escrever sobre crenças com as quais ele tem mais intimidade.
Talvez um ‘A Grande Marcha Segundo Mao’, ou ‘El Paredón Segundo Fidel’.
Como Maoísta renitente e comunista feliz com as atrocidades cometidas em nome de uma idéia, ele teria aí uma bela fonte para um trabalho mais consistente.
Afinal, depois daquele ‘até aqui, cheguei..’ ele teria todas as desculpas para fazê-lo sem ser queimado na fogueira da esquerda mundial.
Ah! Se é pra ler sobre a vida do humano Jesus Cristo, vale mais a pena um outro livro, do Anthony Burgess ( que também está ali, nas caixas...), que é o autor do livro que deu origem ao clássico do Kubrick reprisado na madrugada enquanto eu terminava o valoroso Saramago.
O livro se chama “O Homem de Nazaré” .
Vale bem mais a pena.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Uma canção a cada dia


Pra falar a verdade, eu nem gosto dessa banda, mas os homenageados de hoje não merecem muito, também.
Vamos lá.
Em homenagem aos corinthianos, palmeirenses e santistas ( pra não falar em colorados, cruzeirenses et caterva ), vamos ouvir o Queen.
We Are The Champions!
Não adianta querer colocar senões...

quarta-feira, novembro 22, 2006

Farejando letras

Minha namorada sempre estranhou o meu estranho hábito de cheirar os livros nas livrarias ou enquanto estou lendo. Não tem erro: é só eu inconscientemente pegar um livro em uma estante, abri-lo no meio e afundar o nariz para sentir aqueles diferentes aromas de diferentes tipos de papel e tinta que lá está ela, rindo da minha cara.
As vezes até um tanto irritada.
- Pra quê, isso? Parece bobo! Eu hein...
Pois é.
Mas agora eu sei que, além de não estar sozinho, já há até um livro sobre o hábito de cheirar os livros. Leia o interessante texto de Steven Poole, no Guardian e sinta-se justificado

Não, Kramer!


Quem nunca gargalhou com Michael Richards na pele do Kramer, do ótimo sitcom Seinfeld?
Ele era, sem dúvida, o mais engraçado dos quatro personagens principais, com seus trejeitos esquisitos e frases contundentes.
O vídeo acima eu achei no site TeleSéries, em um post de autoria do Paulo Antunes ( será aquele dos latidos nos Sundays/Mondays Night Football da ESPN? ).
É de uma apresentação do Michael Richards, durante a qual ele é atrapalhado por pessoas na platéia e, literalmente, pira. As pessoas que o incomodavam eram negras e ele reage com uma série de tiradas racistas, que no começo fazem a platéia rir, mas que no final acaba em debandada geral da audiência.
Pra saber da história toda, vá até o site.
Eu tive a impressão de que ele ‘errou a mão’, por assim dizer. Não pareceu que tinha o intuito de ofender, de menosprezar,
Mas é lamentável, de qualquer forma.
Acho que durante um bom tempo, agora, ele vai ter um pouco mais de dor de cabeça do que só se preocupar em esconder-se do Crazy Joe Devola...

segunda-feira, novembro 20, 2006

HAHAHAHAHAHA!!!!!! É TETRA!!!!!!!!!!!!!!!!!

É Tetra!
Depois de quinze anos, o São Paulo volta a ser Campeão Brasileiro.
Assim como em 77, com Waldir Perez, em 86, com Silas, e 91, com Zetti, o São Paulo de Rogério Ceni sagra-se Campeão Brasileiro com um empate.
Aliás, no 1 a 1 de ontem, com o Atlético Paranaense, o time deve ter feito um de suas piores partidas no campeonato. Júnior e Souza não acertaram quase nada, Miranda foi mal, como sempre, Aloísio se machucou logo no começo, Lenílson, que o substituiu, foi um desastre, Danilo parecia dormindo em campo e até Fabão deu uma pixotada em um lance com Rogério.
Mas não faz mal, foi o suficiente para ser Campeão!
Com as saídas de Fabão e Danilo, a que se juntam as de Cicinho, Lugano, Amoroso, Luisão, Grafite, Tardelli, Roger, Renan e outros, foi-se a equipe campeã mundial de 2005.
E foi-se com o dever cumprido.
Esse time disputou 9 taças nos últimos dois anos. Levou 4 pra casa, foi vice-campeã em outras três.
Apenas em duas competições não teve um desempenho de destaque.
É um dos maiores times do São Paulo da história.
Neste Campeonato Brasileiro, especificamente, conseguiu até agora, a duas rodadas do final, além da melhor campanha, também o melhor ataque, a segunda melhor defesa, o maior numero de vitórias, o menor número de derrotas, a melhor campanha dos dois turnos, separadamente, o melhor desempenho em casa e como visitante e ainda o maior público.
Daqui a uns dois ou três meses veremos o que o futuro próximo reserva ao maior clube de futebol do país.
E um dos maiores do mundo!

domingo, novembro 19, 2006

É HOJE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Tá chegando a hora...

Ratificando

“O interessante de enfrentar um jogador do nível do Federer é que ou ele lhe faz jogar o seu melhor, ou ele te mata”.
Maria Esther Bueno, hoje, antes da final entre Federer e Blake, na Masters Cup, em Xangai..
Ou te faz jogar o seu melhor ou te mata?
Os dois!
O bom James Blake não conseguiu jogar, hoje. Ou melhor, jogou tudo o que pôde.
Mas, mesmo assim, Federer o matou.
3 sets a zero. Com direito a seis a zero no primeiro set.
Blake foi conseguir uma quebra de serviço contra Federer quando a partida já rolava há uma hora e meia. Federer, por sua vez, quebrou 4 dos 5 primeiros serviços de Blake.
Blake é muito bom jogador, mas o que ocorreu hoje foi apenas um epílogo.
A final foi ontem.

sábado, novembro 18, 2006

Esportes!

Pegando ainda o gancho do último post, há uma coisa que não entendo: têm-se comentado os porquês de os jogadores argentinos Tevez e Mascherano não conseguirem repetir na Inglaterra, jogando pelo West Ham, as atuações admiráveis que teriam apresentado por aqui, pelo Corinthians.
Já ouvi vários comentaristas dar suas opiniões sobre o assunto. O bom blog Dia de Jogo, por exemplo, publicou um post nesta semana sobre o assunto. Confesso que não vejo nada de estranho no fato de os dois não conseguirem jogar bem lá na Premier League.
Nunca os vi jogar bem por aqui.
Claro, contra times pequenos o Tevez costumava se destacar, mas me digam qual foi o grande jogo contra um bom time que ele fez? De Mascherano, então, nem vale a pena falar: sempre foi medíocre.
Não à toa, desde que chegaram, há uns dois meses, já, o West Ham vem sofrendo uma série de derrotas. A última das quais agora há pouco, contra o Chelsea no Stamford Bridge, 1 a 0 com um golaço de falta do Geremi. Aliás, com os argentinos em campo, o West Ham ainda não conseguiu marcar um gol.
Incrível.

***

Falando, agora sim, de grandes gênios do esporte, vi apenas os últimos games do jogaço entre Roger Federer e Rafael Nadal, sem dúvida os melhores tenistas da atualidade – e Federer, especificamente, talvez seja o melhor de todos os tempos.
Deu Federer, 2 sets a zero, 6/4 e 7/5.
O jogo valeu pela semi-final do Masters Cup, em Shangai.
A outra semi-final, de que eu vi um set e meio, foi disputada entre James Blake e David Nalbandian. Também foi um ótimo jogo, embora não no nível absurdo da outra partida.
Deu Blake, também 2 sets a zero.
A final é amanhã, às 06h00 da manhã. Vai passar no SporTv 2, direto.
Vale a pena acordar de madrugada pra ver.
Pra mim, o Federer leva fácil.

***

E, claro!, amanhã também é dia de ser Tetra-Campeão Brasileiro de Futebol!
Vai ser um grande jogo, certamente, pois se o São Paulo vai com tudo para o gramado do Morumbi, empurrado por 70,000 pessoas ensandecidas para ver um acontecimento inédito, que é a conquista de um título do campeonato nacional dentro daquele ambiente sagrado, o Clube Atlético Paranaense não vai querer vender nem um pouco barato a derrota para o time que o venceu ali mesmo, naquele gramado, na finalíssima da Libertadores de 2005, após toda aquela celeuma por causa da interdição da Arena da baixada para o jogo de ida daquelas finais.
Ainda mais que vem mordido pela derrota para o Pachuca, do México, dentro da Arena, no primeiro jogo das semi-finais da Copa Sul-Americana, na quarta-feira.
Eu estarei lá no Morumbi, nas arquibancadas para festejar.
E no ano que vem tem mais.
Se o São Paulo realmente concretizar as contratações que estão sendo cogitadas, acho difícil algum dos títulos em disputa no ano que vem não vir para o Morumbi.
Vai, São Paulo!!!

sexta-feira, novembro 17, 2006

In the Benefit of Mr Kia

Nosso querido amigo Kia Joorabchian, o benemérito Kia ataca de novo.
Sua vítima agora, é o Flamengo.
Sim: já deu no Estadão, na Gazeta Esportiva e tudo.
Kia vai comprar a camisa do Flamengo. Ou o Flamengo vai vender seu nome, sua história para Kia Joorabchian.
É claro, já tem idiota por aí, soltando rojão, dizendo que na Europa também é assim.
Não é.
O mais absurdo de tudo é que a Polícia Federal nem terminou a investigação sobre as pilantragens, lavagem de dinheiro e o escambau, que foram feitas por esse senhor na miséria que se chama Corinthians, e ele já arrumou outro otário pra aplicar o golpe.
Aliás, o Juca Kfouri vai direto ao ponto da questão.
O futebol brasileiro, como fosse uma metonímia do país, está virando um circo. Muito sem-graça, por sinal.
O Luís Zanin escreveu uma curta e indignada nota sobre o êxodo cada vez mais precoce de jogadores para o exterior. Assino em baixo.
Daqui a pouco não teremos mais jogadores para ver em campo.
Não teremos mais nem mesmo um mísero Harry, the Horse, dancing the waltz.
P.S. – enquanto dava uma pesquisada rápida na Internet pra escrever esse comentário, dei com uma entrevista do Bernardinho no blog do André Kfouri.
Esse sim, poderia ter metade da mídia que se dá a um trambiqueiro como o nosso ilustre personagem.
Trabalho, dedicação, seriedade, conhecimento profundo e sempre atualizado de suas funções.
Esse tipo de coisa não dá ibope no Brasil.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Uma canção a cada dia


Para não parecer que eu estava livrando a cara de quem gosta de se esconder atrás de desculpas esfarrapadas para praticar atos ilícitos ( já que não votei em Lula...) ou para justificar a própria preguiça ( lembrando que não votei em Lula ), dizendo que o acesso à cultura é impossibilitado devido ao custo financeiro - uma impressão que pode ter ficado da leitura do post anterior sobre o comentário do Maurício Noriega sobre as carteirinhas de estudante – devo dizer:
Isso não é desculpa!
Quem quer e procura, encontra, sim, várias opções baratas na área cultural para usufruir.
Dou um exemplo recente e pessoal.
Em um dia desses, sem ter nada para fazer, resolvi dar uma vasculhada nos sebos da região da Praça da Sé. Foi coisa rápida, não demorou nem uma hora, deu pra ir e voltar com a mesma passagem do Bilhete Único.
Visitei o Sebo Liberdade e o Sebo do Messias.
Pois bem, nesse curto espaço de tempo, comprei 8 discos ( em vinil ) e um livro.
O livro é o A Nova Classe, do Milovan Djilas.
Entre os discos, achei Django Reinhadt, Musikantiga, Stravinsky ( A Sagração da Primavera ), Bill Evans, Bach e o nosso amigo aí de cima, Art Tatum.
Qual foi a fortuna que gastei?
R$ 21,00. Sim, vinte e um reais por oito discos e um livro. No Sebo Liberdade, qualquer vinil por dois reais, no Messias, paguei um e cinqüenta por cada um dos dois que comprei lá. O livro, comprado no Messias, custou oito reais.
Ah! O sujeito que me atendeu no Liberdade ainda me deu um desconto de dois reais.
Dá pra fazer uma dessas a cada dois meses, qualquer que seja o seu salário, não é?
Bem, sobre o ‘convidado’ de hoje no Uma canção... deixo as palavras por conta da Downbeat.
A canção que ele toca no vídeo é Humouresque, e é uma releitura de uma peça do Dvorak, se não me engano.

terça-feira, novembro 14, 2006

Estádios Fantasmas

Na madrugada de domingo para segunda-feira, esta última, estava eu assistindo o Sunday Night Football, na ESPN, um jogaço entre o New York Giants e o Chicago Bears ( deu Bears, de virada ), quando uma informação, dada pelo comentarista Paulo Antunes ( em meio a latidos...) me chamou muito a atenção.
Esse jogo valeu pela décima rodada da NFL, que conta com 32 equipes. Pois bem: o Paulo Antunes, comentando o fato de que o estádio estava lotado, deu a informação de que todos os jogos de todas as rodadas até esta décima haviam conseguido lotação máxima esgotada. Ou seja: 160 jogos com estádio lotado.
E com 3 dias de antecedência. Em estádios grandes, para mais de 50,000 pessoas.
Talvez a facilidade de comprar por telefone ou pela Internet, talvez pela alta qualidade do espetáculo oferecido, talvez pelos estádios bonitos e confortáveis.
Não sei. Só entendo que é uma aula para nós, brasileiros.
Afinal, eles, os americanos, têm no mínimo mais outras duas paixões nacionais: o basquete e o baseball, enquanto por aqui a atenção é altissimamente concentrada no futebol.
Para efeito de comparação do sucesso conseguido pelas associações em levar público aos estádios, vale a pena mencionar as estatísticas de média de público conseguidas no atual Campeonato Brasileiro.
Está sendo muito falada a disputa entre o São Paulo e o Atlético – MG pela conquista do maior público do ano.
O campeão de público na atualidade é o Atlético – MG, que está na segunda divisão(!), com um público de 57,851 pessoas na 31ª rodada, contra o Avaí, em 21 de Outubro, no Mineirão.
O São Paulo, que será o campeão da primeira divisão, vem logo atrás, com um público de 56,677, contra a Ponte Preta, em 2 de Novembro, no Morumbi.
Á primeira vista pode parecer que a disputa pode ser comparada com os públicos da NFL, certo? Errado.
A média de público do Atlético é de 28,683, enquanto a do São Paulo é de 18,920.
O Atlético é o de maior média de público, enquanto o São Paulo é apenas o 4º colocado, atrás de Grêmio e Internacional de Porto Alegre, com médias de 25,530 e 21,520 pessoas por jogo como mandantes, respectivamente.
E não existe outro esporte de massas no Brasil, além do futebol.
Por que, então. Tanta disparidade nos números de freqüentadores de estádios entre os EUA e o Brasil?
O diagnóstico é óbvio? Mas e as soluções?

domingo, novembro 12, 2006

Pesos e Medidas

Dia desses, o comentarista da SporTv Maurício Noriega, falando sobre esse lamentável episódio envolvendo o jogador Carlos Alberto, do Figueirense, e a mania que brasileiro tem de querer levar vantagem em tudo, emitiu a opinião de que o sujeito comum que reclama de corrupção na política não se envergonha de, por exemplo, usar uma carteira de estudante, não o sendo, para pagar meia-entrada em eventos culturais e esportivos, uma atitude que equivaleria – na opinião de Noriega – à do político ladrão.
Correto, não é mesmo?
Não!
Não é a mesma coisa.
Em primeiro lugar, esse tipo de comentário serve apenas para banalizar a prática da corrupção, banalização que sabemos muito bem a quem interessa.
Em segundo lugar, um político ladrão está roubando de uma população inteira não apenas dinheiro, mas o direito que essa população tem de receber serviços condizentes com os impostos que paga. E que são muitos e muito altos.
Um sujeito que se utiliza de uma carteirinha de estudante está querendo desfrutar de uma opção de lazer que por motivos econômicos não está ao seu alcance ou, no mínimo, não sairá barato para os seus padrões. Ou alguém acha que um ingresso de cinema a R$ 15,00 é razoável?
Nesta semana, por exemplo, o grande John Pizzarelli fará uma curta temporada de shows aqui em São Paulo. Os preços vão de R$ 75,00 a R$ 150,00. Pode-se condenar seriamente alguém que use de tal expediente, o da tal carteirinha, para ter acesso à boa música?
É claro, por questão de princípio, considero errada tal prática, mas não dá pra não pensar que se os organizadores não cobrassem preços tão absurdos pouca gente recorreria a esse tipo de artimanha.
Mas o ponto é outro: se a situação financeira da população desse condições de todos pagarem por aquilo de que querem desfrutar não teríamos notícia de tais espertezas; e de quem é a culpa por a população em geral não dispor de uma situação confortável financeiramente?
Será que a corrupção dos políticos tem a ver com isso?
Não é desculpa, mas dá o que pensar.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Prioridades

Um empresário carioca, usando um pseudônimo – Sheila...hummm – fez publicar um informe publicitário no jornal O Globo para dar dicas ao treinador PC Gusmão, do Fluminense sobre a escalação da equipe no jogo desta semana contra a Ponte Preta.
Nesta mesma semana um bando de desocupados invadiu o Palestra Itália para ‘protestar’ contra a má-fase do Palmeiras no Brasileirão.
É o mesmo povo que acaba de eleger um consumado corrupto para mais 4 anos na Presidência.
Sem ninguém protestar. Aliás foram vistos protestos contra a imprensa que teve a coragem de levantar suspeitas contra o Pai dos Pobres ( e dos Burros, também...).
Cada povo com suas prioridades.

Uma canção a cada dia


Eu vi esse vídeo na TV hoje e não acreditei.
É muito legal.
A banda é a Ok Go, e a canção se chama Here It Comes Again.
É um punk rock meio pop, legal de ouvir e tudo, mas o melhor é o vídeo, mesmo.
Muito bom.

Os Crimes do Politicamente Correto

Um sujeito é condenado por, digamos, 102 crimes, entre eles várias acusações de assassinatos e estupros. Após cumprir uma parte da pena ele é posto em liberdade condicional. É claro que a justiça toma todas as precauções e estabelece certas regras para que ele obtenha tal benefício, como a proibição de fumar maconha, ou freqüentar certos lugares inapropriados, embora o criminoso diga que não vá cumprir com as regras. Por fatalidade, depois de três semanas solto ele mata 3 pessoas e deixa ainda uma outra permanentemente traumatizada.
Digamos, também, que em um outro caso um assassino condenado seja solto pela justiça e depois de se mudar para uma vizinhança onde não é conhecido conquista a confiança dos vizinhos e, enquanto toma conta dos filhos de um casal de amigos, assassina uma das crianças.
Fatalidades.
Também há a circunstância de no segundo caso o casal conseguir conceber uma criança após a tragédia mas essa lhes ser retirada pelo estado pois os pais não teriam condição de criar seus filhos, já que deixaram uma criança sob os cuidados de um assassino.
Kafka nos trópicos?
Não.
Apenas alguns exemplos da frouxidão moral do sistema judiciário da Nova Zelândia, em um artigo de Theodore Dalrymple, na New English Review.
O artigo trata, na verdade, de um tema mais amplo que é o das conseqüências funestas derivadas da influência da tese do Bom Selvagem de Rosseau sobre a intelectualidade e, conseqüentemente, sobre os costumes modernos.
Onde se inclui também o sistema judiciário e legal dos países mais diversos.
O nome do artigo é Of Mailer and Murder, pois toma por ponto de partida o caso do criminoso Jack Henry Abott, transformado em sensação relâmpago da cena literária novaiorquina por Norman Mailer, com conseqüências parecidas com as dos casos citados.
Não dá pra evitar pensar na falta de sabedoria do eleitorado brasileiro nas últimas eleições em não notar que um ladrão, desonesto e corrupto se lhe for dada uma segunda chance, vai apenas roubar e corromper ainda mais.
A relação entre uma coisa e outra me veio a mente pois uma das características principais do mito formado em torno do tiranete que nos governa é a de que ele seria algo como um ser puro e inimputável, uma vítima do sistema que apenas está tentando jogar um jogo sujo com as regras e as armas de uma canalha exploradora e abjeta. Um bom selvagem político, acima do bem e do mal.
Claro que parece muito exagero e despropósito à primeira vista comparar coisas tão diferentes entre si como assassinatos e eleições, mas leia o artigo e veja se não faz todo o sentido o paralelo.
Se você discordar, no mínimo terá lido um grande texto.
Na verdade, vale muito mais ler o texto, que é ótimo mesmo, por ele próprio do que para buscar quaisquer tipos de paralelos.

terça-feira, novembro 07, 2006

AVISO IMPORTANTE

EXISTE UM DESOCUPADO NA REDE POSTANDO COMENTÁRIOS EM VÁRIOS BLOGS UTILIZANDO-SE DO MEU APELIDO E DO NOME DESTE BLOG. GERALMENTE SUAS MENSAGENS IMBECIS FAZEM MENÇÃO À HOMOSSEXUALIDADE E TÊM O NÍTIDO INTUITO DE TUMULTUAR. DESCONSIDEREM TAIS MENSAGENS.