quarta-feira, janeiro 31, 2007

As nuvens, como dizia Baudelaire*



Terry A. Larm é professor de Teologia e Ética em Cingapura e acredita que todos os dias são anuviados naquela cidade.
Por isso resolveu tirar uma foto por dia do céu com nuvens para provar isso.
Desde o dia 1º de Janeiro de 2007 ele vem postando essas fotos, uma por dia, com algum comentário em um trabalho que resulta no seu interessante blog Cloud A Day.
* o título desse post é, na verdade, o mesmo de uma linda crônica de Caio Fernando Abreu, em citação a um também lindo poema em prosa de Baudelaire do Spleen de Paris.

terça-feira, janeiro 30, 2007

É Tudo Verdade

O cineasta principiante americano Jason Kohn acaba de ganhar um prêmio em Sundance por seu documentário Manda Bala ( Send a Bullet ) em que descreve lavagem de dinheiro proveniente de corrupção em uma fazenda de fachada, seqüestros, vídeos caseiros de vítimas em pânico, entrevista cirurgiões plásticos especializados em reconstituição de orelhas decepadas por seqüestradores e outras milongas mais deste nosso país ensolarado.
Será que alguém vai querer fazer um abaixo-assinado pela censura ou boicote desse filme também, como fizeram com Turistas?

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Uma canção a cada dia


Eu vi esse vídeo ontem na TV e me vi nos 80 de novo.
Uma das bandas mais legais tocando uma de suas melhores canções.
Police, Roxane.
Sting, Andy Summers e Stewart Coppeland, não necessariamente nessa ordem.
Grande.

Black Dog

Depois de ver meu time ser gentilmente subtraído de seus direitos esportivos por duas vezes em um espaço de tempo de pouco mais de 12 horas meu humor não estava muito bom neste começo de tarde de feriado, ontem em São Paulo.
Logo, à sugestão de minha namorada para irmos ver “quem vai tocar” no Parque da Independência, que fica a uma caminhada de minha casa, já que eu mesmo havia comentado ter visto a montagem de um palco por lá para algum show comemorativo pelo aniversário desse esgoto físico, social, urbano e acima de tudo humano que é esta cidade de merda, bem... com toda a minha delicadeza respondi à proposta:
- Não! Se é algo feito pro povão só pode ser merda! Deve ser algum pagodeiro, ou então axé-music ( que é isso? ), sertanejo... enfim, alguma dessas porcarias.
Pois é.
Hoje, ao abrir o jornal eu descobri quem tocou lá e eu não quis ir ver.
Os Mutantes.
Bem-feito, não é mesmo? E olha que eu ainda nem contei pra ela...
Pra espairecer fui dar uma caminhada, já que estou desempregado, querendo perder peso e acabei encontrando uma velha amiga que não esperava rever tão cedo:
Dona Bronquite! No meio da rua.
Passei uma adorável meia-hora desfrutando da maravilhosa comodidade do meio-fio paulistano, recuperando o fôlego.
Como dizem os narradores, que fase!

sábado, janeiro 20, 2007

Uma canção a cada dia


Yeah! I´ve got busted
So I used my one phone call to dedicate a song to you on the radio...
Esse sujeito aí em cima é o Jens Lekman.
A canção, que começa com esses versinhos aí chama-se You are the Light.
É maravilha! É alegria e melancolia, paixão e descontração, é tudo de bom que se pode esperar de um ótimo pop.
Se você não conhece, tem de ouvir, começando por esse vídeo. Essa versão é diferente da que está no disco, que tem metais, bateria, uma banda inteira. Mas acho que eu até gosto mais dessa só com ele.
É foda!
Ouça, veja e depois saia correndo para comprar/emprestar/baixar/roubar/conseguir o disco de qualquer forma.
Vale a pena um crime.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Mas tem de ser agora?...

Engraçado como às vezes a gente se vê refletido exatamente como nos enxergamos em um texto específico. Como reconhecemos características nossas em uma descrição qualquer de um certo comportamento.
Isso acontece comigo de tempos em tempos. Ás vezes é prazerosa a experiência, às vezes é amarga. Uma ocasião dessas que foi marcante para mim foi a leitura de Proust, por exemplo, onde eu vi vários traços muito fortes meus descritos ali nas aflições, no comportamento e até na saúde do protagonista.
Bem, talvez Proust seja covardia: acredito que a maioria das pessoas com alguma vida interior que o tenha lido tenha encontrado pontos de contato com os personagens daquele que talvez seja o maior escritor do século XX.
Hoje eu me vi retratado, ou ao menos uma certa parte de minha personalidade está descrita à perfeição em um artigo no Toronto Star sobre uma disfunção psíquica que afetas pessoas definidas como ‘procrastinadoras’.
O artigo, chamado ‘When mañana is too soon’ é de autoria do jornalista Kurt Kleiner e fala sobre um paper recém publicado do pesquisador Piers Steel da Universidade de Calgary que discorre sobre as diferentes teorias que versam sobre o fenômeno da procrastinação contumaz de ações benéficas, necessárias e cuja não realização pode inclusive implicar em sérios prejuízos para as pessoas acometidas dessa doença.
Nós que deixamos roupas no varal por dias a fio, que negligenciamos tarefas profissionais, que não conseguimos tomar resoluções por vezes simples, que deixamos tudo para amanhã, que adiamos até cortes de cabelo e visitas à mãe, bem, já começamos a ver alguma luz no fim do túnel.
Esse comportamento auto-sabotador nas palavras de Kleiner ( e é exatamente como eu me sinto ) parece ter no artigo de Steel uma abrangente revisão de todas as teorias já formuladas a seu propósito, com conclusões muitas vezes desmitificadoras.
Se você também já foi chamado de vagabundo, preguiçoso, relaxado e folgado dê uma olhada no artigo do Star que é bem interessante e sinta-se um pouco mais confiante.
Agora!

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Sting like a bee!!!


Float like a butterfly, sting like a bee
Your hands can´t hit what your eyes can´t see.
Esse era o mote de Cassius Clay, ou Muhammad Ali, o maior pugilista de toda a história do esporte, tri-campeão mundial dos pesados com um cartel impressionante de 56 vitórias ( 37 por nocaute ) e apenas 5 derrotas.
E era exatamente isso que ele fazia dentro do ringue: flutuava em torno dos adversários com sua leveza e agilidade, com seu magnífico jogo de pernas e batia com uma potência impressionante. Conseguia ser um estilista e um matador ao mesmo tempo. Se essa combinação é difícil na nobre arte, entre os pesos pesados é mais rara ainda. Atingir essa combinação no nível de Muhammad Ali é miraculoso.
Ali tem em sua história algumas das maiores lutas de boxe de toda a história, como a vitória épica sobre George Foreman no Zaire ( atual República Democrática do Congo ) por nocaute depois de ter deliberadamente apanhado por rounds a fio daquele que talvez seja o lutador mais forte entre os pesados em todos os tempos. Tudo para cansar o impressionante Foreman e depois nocauteá-lo. Uma luta digna de heróis, que foi inclusive retratada no cinema como documentário no filme Quando Éramos Reis e serviu de inspiração até para uma das lutas da série Rocky, de Silvester Stalonne.
É essa luta que se vê no vídeo aí acima. Vale a pena esperar pra carregar os cinco minutos: é história.
É o ídolo de gente como Mike Tyson, o último dos grandes pugilistas entre os pesados, que o conheceu quando de uma visita de Ali ao reformatório onde Tyson passou parte de sua adolescência.
Hoje Muhammad Ali faz 65 anos, ironicamente exibindo uma imagem de fragilidade em decorrência de sua luta contra o Mal de Parkinson, ele que foi o mais temido e altivo de todos os boxeadores.
Happy Birthday!!!