Reclamando de Barriga Cheia. E com Razão!
Uma coisa que nunca deixo de admirar na internet é a sua capacidade de nos fazer enxergar nexos, de nos brindar com associações pertinentes e linhas de raciocínio e interpretação. A quantidade abissal de informações e cultura que ela fornece é absolutamente surpreendente.
Assim, em dado momento você pode, apenas por estar navegando sem curso, dar de cara com um artigo de Emir Sader em que ele expõe, em uma frustrada tentativa de paródia ou ironia, algumas razões usadas por antigos acadêmicos ou jornalistas para deixar de ser de esquerda para apenas em questão de sei lá, meia hora depois, se ver lendo um ótimo artigo sobre economia que tem tudo aquilo que o post do Sader gostaria mas nunca terá: informação, argumentação, talento e pertinência.
Se Emir Sader falha clamorosamente em responder ou ao menos tentar contrapor algum argumento às inúmeras frases que ele próprio apresenta em seu texto como sendo más justificativas inventadas por ex-esquerdistas vendidos às grandes corporações de mídia por um punhado de tostões, Christopher Hayes, em seu artigo ‘What We Learn When We Learn Economics’, na revista In These Times, a que eu cheguei via Arts & Letters Daily, faz uma ampla crítica ao ensino de Economia na Universidade de Chicago, mostrando as suas virtudes, falhas e preconceitos,
Mas reclama de barriga cheia. Só o nível do texto já é um indicativo de que o que se debate por lá e, acima de tudo, como se debate, é infinitamente superior à nossa realidade em que temos de ler textos como o de Sader, que é professor universitário, por sinal.
Já no começo do texto ele diz que os estudantes da Universidade de Chicago costumam usar uma camiseta com os dizeres ‘Where the fun goes to die’, o que seria justificado pela relação entre livrarias e bares, que seria da ordem de 5 pra 2, em favor das livrarias na área da universidade. Se comparado com o índice de São Paulo, a maior e mais civilizada e educada cidade do Brasil, onde essa relação deve ser de uns 300 pra 1 em favor dos bares, ele verá que Chicago é bem mais divertida.
Mas, enfim, leia o artigo e saboreie a crítica inteligente ( com a qual o Emir Sader deve concordar, por acaso...), para se dar conta do precipício em que estamos.
Engraçado que, lá pelo meio do artigo, Hayes critica a postura de se querer fazer crescer o bolo para depois reparti-lo como sendo típico do conservadorismo equivocado influente na Escola de Chicago. Se não me trai muito a memória fraca e a quase que total ignorância, essa frase, ou uma variação dela, ficou famosa por aqui, na boca de Delfim Neto, o mais empedernido novo-cristão do lulismo, crença da qual Sader é um antigo apóstolo.
Assim, em dado momento você pode, apenas por estar navegando sem curso, dar de cara com um artigo de Emir Sader em que ele expõe, em uma frustrada tentativa de paródia ou ironia, algumas razões usadas por antigos acadêmicos ou jornalistas para deixar de ser de esquerda para apenas em questão de sei lá, meia hora depois, se ver lendo um ótimo artigo sobre economia que tem tudo aquilo que o post do Sader gostaria mas nunca terá: informação, argumentação, talento e pertinência.
Se Emir Sader falha clamorosamente em responder ou ao menos tentar contrapor algum argumento às inúmeras frases que ele próprio apresenta em seu texto como sendo más justificativas inventadas por ex-esquerdistas vendidos às grandes corporações de mídia por um punhado de tostões, Christopher Hayes, em seu artigo ‘What We Learn When We Learn Economics’, na revista In These Times, a que eu cheguei via Arts & Letters Daily, faz uma ampla crítica ao ensino de Economia na Universidade de Chicago, mostrando as suas virtudes, falhas e preconceitos,
Mas reclama de barriga cheia. Só o nível do texto já é um indicativo de que o que se debate por lá e, acima de tudo, como se debate, é infinitamente superior à nossa realidade em que temos de ler textos como o de Sader, que é professor universitário, por sinal.
Já no começo do texto ele diz que os estudantes da Universidade de Chicago costumam usar uma camiseta com os dizeres ‘Where the fun goes to die’, o que seria justificado pela relação entre livrarias e bares, que seria da ordem de 5 pra 2, em favor das livrarias na área da universidade. Se comparado com o índice de São Paulo, a maior e mais civilizada e educada cidade do Brasil, onde essa relação deve ser de uns 300 pra 1 em favor dos bares, ele verá que Chicago é bem mais divertida.
Mas, enfim, leia o artigo e saboreie a crítica inteligente ( com a qual o Emir Sader deve concordar, por acaso...), para se dar conta do precipício em que estamos.
Engraçado que, lá pelo meio do artigo, Hayes critica a postura de se querer fazer crescer o bolo para depois reparti-lo como sendo típico do conservadorismo equivocado influente na Escola de Chicago. Se não me trai muito a memória fraca e a quase que total ignorância, essa frase, ou uma variação dela, ficou famosa por aqui, na boca de Delfim Neto, o mais empedernido novo-cristão do lulismo, crença da qual Sader é um antigo apóstolo.
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