quarta-feira, agosto 02, 2006

Pretinho Básico








A banda inglesa Depeche Mode cancelou um concerto que faria neste fim de semana em Tel Aviv, informa o jornal Haaretz ( http://www.haaretz.com/hasen/spages/745312.html ). Segundo os organizadores já haviam sido vendidos mais de 40,000 ingressos e o dinheiro terá de ser devolvido, causando um prejuízo monumental.
Mas a questão financeira é o que menos importa aqui. Segundo a reportagem, fatores políticos influiram na decisão, já que os músicos não gostariam de ter suas imagens vinculadas a um País que está em guerra por razões não justificadas. Bem, na verdade este argumento está apenas implícito no texto, que apenas menciona uma turnê recente de Rogers Waters em que ele teria feiro declarações políticas bastante críticas a respeito da cerca que está sndo construída pelo governo israelense para delimitar sua fronteira.
Será que os caras do Depeche Mode temem ser alvo de atentados? Improvável. Sua segurança não estaria em jogo em Tel Aviv. É mais provável que não queiram ter seu nome vinculado ao povo israelense durante esta guerra. Como se tal fosse possível.
O cancelamento da apresentação é um ato político, e assim deve ser lido.
É natural entre a dita classe artística o alinhamento desinformado ao lado daqueles que sempre serão retratados como as vítimas. Óbvio que o povo libanês é a vítima, nesse conflito. Isso não se discute. O problema é considerar o Estado de Israel o agressor.
Certo, eles não são os cordeirinhos que querem fazer o mundos crer que são. Mas que foram agredidos e que estão apenas retaliando, isso é fato.
O show não seria em benefício do governo israelense, mas sim direcionado ao povo israelense, que também é vítima do conflito. Agora, se eles acham que a única vítima são os libaneses, podem organizar um mega-festival em Beirute, com Rage Against The Machine, Bob Geldof e outros engajados.
Lá eles estariam seguros.
Ao menos sua reputação estaria.
O figurino de bom-moço-branco-preocupado-com-os-desvalidos nunca sai de moda.
Não é nada passageiro; é, na verdade, um clássico do pensamento politicamente-correto.
O pretinho básico da preguiça.